18.03.21

Alerta: UOL interpreta estudo de forma equivocada e culpa a carne vermelha por doenças cardiovasculares

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Não é de hoje que a mídia faz de tudo para culpabilizar a carne vermelha por feitos que provém, principalmente, dos carboidratos refinados e outros péssimos hábitos alimentares

O intuito desse conteúdo é fazer um alerta: grande parte do que lemos por aí em notícias mascaradas de “argumentações científicas”, com depoimentos de “especialistas”, mesmo em veículos considerados importantes e com credibilidade, precisa ser lido e interpretado com muita CAUTELA e até ceticismo.

Não é de hoje que a mídia faz de tudo para culpabilizar a carne vermelha por feitos que provém, principalmente, dos carboidratos refinados e outros péssimos hábitos alimentares.

Com o título “Padrões alimentares inflamatórios elevam risco de doenças cardiovasculares”, de autoria de Sophie Deram no canal Viva Bem, do UOL, um publicação deste ano afirma que “uma maior ingestão de alimentos como carne vermelha, embutidos, carboidratos refinados e bebidas açucaradas aumenta o potencial inflamatório” – tendo como base um estudo publicado pelo JACC – Journal of the American College of Cardiology.

Ops… vamos a algumas considerações que irão te ajudar a enxergar com outros olhos essa mesma “notícia”:

1) Trata-se de um estudo epidemiológico, OBSERVACIONAL; logo, não podemos afirmar que uma coisa CAUSA a outra. Ela, no máximo, pode estar ASSOCIADA. Assim, de acordo com esse estudo mencionado, PARECE haver uma associação de ingestão de carne vermelha e aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares… E o que deve ser feito para verificar essa hipótese? Fazer um ensaio clínico randomizado. Isso já foi feito, e NENHUM deles confirmou essa associação.

2) O estudo é feito com base em questionários alimentares a cada 4 anos (isso consta onde dizem os métodos utilizados na pesquisa). Você lembra o que comeu há dois meses? Portanto, só por isso, pelo método escolhido, o estudo já é falho…

3) É necessário avaliar outros diversos fatores que podem interferir num desfecho cardiovascular desfavorável nestes pacientes, como: tabagismo, etilismo, sedentarismo, uso de drogas ilícitas… Sempre que é necessário verificar se alguma intervenção tem impacto (como uso de alguma medicação ou modificações na dieta), é preciso ter um grupo controle. O nome disso é Ensaio Clínico Randomizado. Só assim pode-se chegar a uma conclusão.

“Para mim, está bem claro qual padrão alimentar aumenta processo inflamatório. Há vários ensaios clínicos randomizados (mais de 50), mostrando que restringir carboidratos reduz níveis de insulina, glicemia, pcr. Além de promover perda de peso, o que nitidamente está associado a menos inflamação, tendo em vista que o tecido adiposo produz proteínas inflamatórias (chamadas de adipocinas)”, explica o médico Carlos Bastian, de Florianópolis.

Fica o alerta: vamos ligar as antenas sempre que lermos notícias que usem como base estudos observacionais apenas para gerar manchetes polêmicas e atrair audiência.

Foto: Freepik

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