20.01.21

Óleos vegetais e processos inflamatórios

Por que devemos evitar principalmente os óleos de sementes ricas em Ômega-6?

Artigo
Óleos vegetais e processos inflamatórios


Por Guilherme Frandolozo de Oliveira *

Você sabia que as proporções de Ômega-3 e Ômega-6 na dieta precisam estar em equilíbrio no nosso organismo? Quanto mais próxima essa relação, mais protegidos estamos de processos inflamatórios crônicos. E hoje é sabido que a inflamação está por trás das principais doenças crônicas da atualidade – agravando inclusive a pandemia que vivemos.

Lembrando, os ômega-3 e ômega-6 são conhecidos como ácidos graxos “essenciais” porque o corpo não pode produzi-los sozinho. Portanto, cabe a nós incorporá-los em nossa dieta.

Na forma natural, o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA) (forma ativa para benefícios do ômega 3 nos seres humanos), presente em maior biodisponibilidade em produtos de origem animal, principalmente em peixes de águas profundas e frias (sardinha, atum, salmão, cavala…), também em frutos do mar e em menor quantidade mas não menos importante em carnes e ovos (principalmente de animais criados soltos), esses ômegas-3 são precursores importantes dos processos anti-inflamatórios. Alguns alimentos de origem vegetal, como a chia, por exemplo, também são ricos em ômega-3, porém na forma inativa para o ser humano (ALA) ácido alfa linolênico, na qual nosso corpo não consegue converter de forma eficaz em (EPA) e (DHA) (cerca de 5%).

Já o ácido linoleico (LA), ômega-6 presente principalmente nas castanhas, amêndoas, amendoins, e também nas carnes e ovos (em maior proporção se for animais criados confinados e alimentados com grãos), se converte em ácido araquidônico (AA), um precursor de citocinas inflamatórias. Ambas as conversões, (ALA) em (EPA) e (DHA) e ácido linoleico (LA) em ácido araquidônico (AA), ocorrem ao longo da mesma via enzimática, o que significa que elas “competem” entre si. O excesso de ácido linoleico (ômega-6) na dieta faz inibir ainda mais a conversão do ácido (ALA) em (EPA) e (DHA), contribuindo para deficiências de ômega-3 e promovendo um ambiente inflamatório.

Esses processos são importantes para o funcionamento do organismo. Tanto o processo inflamatório (que sinaliza ao organismo que algo não está bem), quanto o processo anti-inflamatório (resolver o problema de fato).

Quando falamos em comida de verdade, as proporções desses ácidos graxos essenciais poli-insaturados ficam naturalmente equilibradas (1:1, 1:2 até 1:3). Mas com a vinda dos óleos de sementes ricas em ômega-6 (óleo de soja, milho, girassol, canola, margarina…) e até mesmo a pecuária de animais confinados, essas proporções ficaram totalmente desequilibradas, chegando às proporções de 1:10 até mesmo 1:25, contribuindo para o processo inflamatório e acentuando as doenças crônicas inflamatórias da atualidade.

E se considerar esses óleos após aquecidos a situação fica ainda pior; mudanças químicas como oxidação, hidrólise, polimerização, isomerização, ciclização etc, criando polímeros e monômeros altamente tóxicos e inflamatórios ao organismo.

Uma boa regra é evitar o consumo de óleos que requerem processamento em grande escala. Use gordura natural dos alimentos e se precisar adicionar use gorduras frescas, minimamente processadas, como banha, manteiga, azeite de oliva, óleo de coco. Diminuir ao máximo essa relação é importantíssimo em uma mudança de estilo alimentar/vida. Isso irá diminuir os processos inflamatórios crônicos, criando as condições necessárias para o bom funcionamento do organismo.

* Guilherme Frandolozo de Oliveira é acadêmico de Nutrição e atua no administrativo do movimento Brasil Low Carb e também da ABLC – Associação Brasileira LowCarb. É um entusiasta da saúde baseada em evidências e um exemplo de como a comida de verdade pode revolucionar a vida das pessoas.

** Revisão: Dr Carlos Bastian

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