16.09.20

Entrevista: Alessandro Silva de Medeiros

Entrevista

Um feito inédito, ousado e sem dúvida histórico: o atleta brasileiro Alessandro Silva de Medeiros (@medeirosendurance clique aqui e siga), que reside nos Estados Unidos, assumiu – e cumpriu com louvor – um desafio e tanto. Na Flórida, no último final de semana, o ultramaratonista desafiou todos os seus limites e percorreu um trajeto de 100 milhas – nada menos do que 160 quilômetros –, durante quase 20 horas, e seguindo a dieta carnívora (ou seja, zero carboidrato). Conversamos com exclusividade com o Alessandro para entender como foi a preparação até o dia do desafio, curiosidades e como ele vem se sentindo desde que adotou a carnívora como estratégia alimentar.


Confira a entrevista:

Primeiramente, conta para nós um pouco do teu histórico como atleta.

Sou atleta de esportes de “endurance” (treinos de resistência aeróbia de longa duração) há mais de 20 anos, com participações em etapas do mundial de Adventure Race, ciclismo de longas distância, Ironman, campeão do Open Water Staten Island NY 2015, ultramaratonas e cinco participações em provas de Ultraman – sendo dois mundiais no Hawaii.

Como e quando conheceu e passou a seguir a estratégia carnívora?

Sou acompanhado pela nutricionista Letícia Moreira (@nutrileticiamoreira) e antes do mundial de Ultraman 2019 no Hawaii utilizamos a carnívora como estratégia para reduzir o meu peso. Seguimos por uma semana e meia e depois voltamos para a Low Carb. 

Desde que passou a seguir a dieta carnívora, o que pode relatar de mudanças? O que percebeu de diferente no seu dia a dia e no rendimento dos treinos? 

A energia constante durante todo o dia foi sem dúvida a maior diferença; a clareza mental e a qualidade do sono também são melhorias bem claras para mim. A recuperação pós treino é extremamente rápida, as dores musculares praticamente desapareceram.

Antes desse último e mais recente desafio das 100 milhas, você já tinha corrido outras maratonas menores também seguindo uma dieta carnívora. Como foram essas experiências? 

Com o cancelamento das competições (em função da pandemia) eu entrei em contato com a Letícia (nutricionista) e falei que gostaria de voltar para a carnívora, porque eu adorei quando fizemos para o mundial e eu me peguei me alimentando por várias semanas na carnívora antes disso. Eu também queria ir além, e por curiosidade e pela falta de estudos, artigos falando sobre a carnívora, decidi correr 10 meia-maratonas em 10 dias seguidos fazendo o monitoramento da glicose, corpos cetônicos, pressão arterial, peso e oximetria. Foi sensacional! A cada dia eu me sentia melhor e mais disposto, aí então veio a ideia de correr as 100 milhas (160 Km). 

Como foi esse período de evolução e preparação até as 100 milhas? Hoje a sua dieta é 100% carnívora, ou somente nestes períodos de treino e preparação? 

Entrei em contato com o meu treinador e estabelecemos o nosso planejamento; então decidimos continuar com os treinos de bike e natação em conjunto com os treinos de corrida… um triatleta fazendo uma ultramaratona. Sou 100% carnívoro há mais de seis meses. 

Em comparação a outras maratonas que você ainda ingeria algum carboidrato, o que pode relatar de diferença? 

Como faço provas extremas e de longa duração vocês imaginam a quantidade de carboidratos que ingeria seguindo as diretrizes oficiais… Inchaço abdominal, diarreia, tonturas, picos e quedas de energia, gastos exorbitantes na compra de suplementos, vômitos, dores musculares por dias, fadiga extrema e muito mais. 

A partir de quando se sentiu seguro para aumentar o desafio, para aí sim desafiar-se a correr as 100 milhas (160 quilômetros!)?

Quando iniciei na carnívora, o meu dia a dia ficou mais fácil, mas tomei a decisão especificamente foi após as 10 meia-maratonas bem-sucedidas.

Durante as 20 horas de prova, como foi a sua alimentação? 

Antes do desafio eu me alimentei por volta das 17:40 de dois bifes, 5 ovos e uma xícara de café. Durante o percurso, usamos duas garrafas de caldo de ossos (perdemos uma no meio do caminho), ingeria quando sentia a necessidade, e por volta do km 150 eu consumi um pouco de carne desidratada. Água, isotônicos (sem açúcar ou carboidratos) e sal. 

Precisou suplementar ou a alimentação foi suficiente? 

Usamos BHB corpos cetônicos exógenos. 

Qual o balanço geral que você faz desse desafio das 100 milhas? Qual a maior lição que você tira dessa prova? 

Realizamos um feito inédito no mundo, mas nada seria possível se eu estivesse sozinho… O trabalho da nutricionista Letícia Moreira, Dra Janaína Koenen, treinador Ezequiel Morales e em especial a minha família e amigos que me apoiaram em toda a preparação e durante o percurso. A maior lição foi que devemos olhar para trás e ver como os nossos ancestrais viviam (comida de verdade, desconforto físico, jejum, frio, calor, contato com a natureza etc). 

Aproveito a oportunidade para anunciar que não vamos parar por aqui, o nosso próximo projeto é bastante ousado. Com o “Carnivore Endurance Global Challenge” queremos competir nas mais difíceis provas do mundo usando a abordagem carnívora. Provas de ciclismo, natação em mar aberto, ultramaratonas, mountain bike e para começar o Ultraman Brasil 2021. Vamos convidar empresas para nos apoiar financeiramente nesse projeto inédito no mundo e criar uma série de documentários com a participação de médicos, nutricionistas e cientistas. 

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