30.04.20

Covid-19 e os pacientes acometidos pela diabetes mellitus

Por Carlos Bastian (Médico e Cirurgião do Aparelho Digestivo)

Artigo

A pandemia do novo coronavírus tem causado preocupação em muitas pessoas, principalmente naquelas enquadradas em grupos de risco, como hipertensos, obesos, portadores de doenças cardiovasculares, câncer e diabéticos. Apesar da mortalidade geral dos pacientes com Covid-19 ser baixa, a maioria dos estudos disponíveis demonstrou o diabetes mellitus (DM) como uma comorbidade distinta, associado à evolução mais grave da doença, a síndrome do desconforto respiratório agudo, e o consequente aumento nas taxas de mortalidade.

Poderia se supor que pacientes com DM têm maior probabilidade de serem mais velhos, e a idade avançada tem demonstrado estar consistentemente associada a um pior prognóstico na Covid-19. No entanto, o DM está associado a mau prognóstico em outras infecções virais, especialmente Influenza, H1N1, SARS e MERS. Uma das explicações é que a imunidade inata (que é a primeira linha de defesa contra o coronavírus) é inevitavelmente comprometida em pacientes diabéticos não controlados, permitindo assim a proliferação rápida do vírus.

Mesmo a hiperglicemia de curto prazo demostrou atordoar transitoriamente o sistema imunológico inato. Além disso, o diabetes mellitus é caracterizado por uma resposta exagerada à citocinas inflamatórias, fazendo com que esses pacientes tenham desfechos piores. Portanto, o controle adequado da doença é ainda mais fundamental neste período de quarentena.

Adotar uma estratégia alimentar com baixo consumo de carboidratos, como as dietas Low carb e cetogênica, é o mais indicado para prevenir, tratar e até mesmo reverter quadros de diabetes – como confirmou a ADA, Associação Americana de Diabetes em documento publicado em 2019. A diretriz norte-americana reconheceu a Low carb – que preconiza um cardápio com maior ingestão de proteínas, legumes, verduras e gorduras, eliminando açúcar e amido em alimentos de qualquer espécie, integrais ou não, evitando do consumo e alimentos ultra processados – como a melhor estratégia para pacientes com Diabetes Tipo 2.

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Dr. Carlos Bastian

Médico e Cirurgião do Aparelho Digestivo


Carlos Bastian é cirurgião do aparelho digestivo, chefe de serviço de Endoscopia do Hospital Celso Ramos e também integra o corpo clínico do Checkup Executivo Baía Sul, do Hospital SOS Cardio e da Ultralitho Centro Médico. É especialista em prática clínica Low Carb High Fat / Keto pela Noakes Foundation (África do Sul).

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